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sexta-feira, 10 de abril de 2015

Em defesa do Lar São Francisco de Assis

Quero agradecer a oportunidade de estar mais uma vez fazendo uso da Tribuna desta Casa Legislativa e, saudando ao Presidente e à Mesa Diretora, aos Vereadores e Vereadoras, saúdo também, cada homem e cada mulher, presente neste Plenário ou nos ouvindo pela Rádio Nova Progresso de São Leopoldo!

Eu sou Noé Oliveira, Professor Estadual e um dos Diretores do 14º Núcleo/CPERS-Sindicato. Em nome da nossa Entidade, que congrega 27 municípios, e de centenas de cidadãos e cidadãs leopoldenses, venho aqui dialogar com os representantes do povo capilé, que não se furtarão desta imensa responsabilidade, que nada mais é do que o destino do Lar Municipal São Francisco de Assis, que sofre pela ameaça de destruição, aquele patrimônio histórico da nossa cidade.

Mais do que tristeza, é a preocupação com as dezenas de idosos, moradores do Lar São Francisco, diante da notícia veiculada no jornal Vale dos Sinos, de que a Administração Pública Municipal pretende separá-los, com a demolição do prédio para construção do novo hospital.

O referido lar tem capacidade para 40 idosos e idosas. Muitos deles não possuem filhos. Alguns possuem. Todavia, encontram-se em situação de abandono. Outros idosos possuem filhos, porém estes não conseguem oferecer ao seu idoso os cuidados necessários, por problemas financeiros ou decorrentes de saúde, como AVC, demências e outros casos de incapacidade mental ou motora. Por isso, passam a residir no Lar São Francisco, onde recebem cuidados profissionais e afetivos, contando também com a presença dos familiares, quando o vínculo não foi quebrado por abandono ou maus tratos. Temos idosos residindo há mais de 30 anos, outros há 17 anos. Alguns faleceram com o tempo e outros foram chegando. Mas todos eles formam uma grande família.

Como ex-funcionário do Lar, tenho ciência da importância dos idosos permanecerem juntos, não só pelos laços afetivos, fortalecidos ao longo dos anos de convivência, mas também pela qualidade do serviço prestado pelos colaboradores: desde as pessoas encarregadas pela limpeza, lavanderia, copeiras (algumas com mais de 10 anos de casa), atendentes sociais (com mais de 5 anos), equipe técnica e coordenação. Trabalho de excelência, reconhecido por todos aqueles que têm conhecimento do serviço prestado por esta equipe.

Por isso, faço um apelo ao Poder Publico, Vereadores e Prefeito, tendo a certeza de que muitas vozes se juntam a minha, para que repensem a decisão de compra de vagas em instituições particulares. Idoso não é objeto: é ser humano, merecedor de todo o nosso respeito. Somos sabedores de que em momento algum, eles foram consultados para que as mudanças fossem efetuadas de forma democrática.

Não somos contra a construção de um novo hospital. Comungamos a ideia de que seja construído na área junto ao Hospital Centenário, porém entendemos que a área é ampla, suficiente para contemplar os dois serviços. Mesmo desconhecendo o projeto, acreditamos que não seja necessário demolir o prédio que atualmente abriga o Lar, construído há quase 75 anos, como também deve ser mantida a área onde existem árvores centenárias, cartão de visita para nosso município.

Afora isso, tenho certeza de que os 40 idosos, os colaboradores e todos aqueles e aquelas que de alguma forma estão envolvidos com o Lar, estão vivenciando um sentimento de traição. Com o início da reforma, compromisso assumido pelo Prefeito no segundo semestre de 2014, com a colaboração de forças vivas do município, renovaram-se as esperanças de melhorias que dariam uma melhor condição de vida aos idosos. Foi realizada a reforma do telhado, a instalação da caixa d'água para 10 mil litros, e ainda há estocado diversos materiais como portas, louças para todos os banheiros, cerâmica, etc. Pergunto, então: para onde vai tudo isso? Para o “chão” ou servir a outro objetivo... Não podemos esquecer que tudo isso foi conquista dos idosos residentes do Lar.

Contando com a sensibilidade do Prefeito e de suas equipes da área da Secretaria de Desenvolvimento Social, da Secretaria da Saúde e da Fundação Hospital Centenário e, especialmente dos vereadores e vereadoras desta casa, peço que revertam essa estúpida decisão, para uma mais justa e respeitosa, em relação ao idoso leopoldense. Senhores e Senhoras: não permitam que o Lar São Francisco de Assis seja destruído. Muito obrigado!

Texto de Maria Cristina e Noé Oliveira. Em 07.04.15 na Tribuna da Câmara de Vereadores de São Leopoldo.

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